22 de mar. de 2008

A raposa no galinheiro

Lembram do mensalão? Aquela história de corrupção braba, em que o PT dava uma mesada por mês para deputados e congressistas em geral facilitarem o andamento de leis,obras, concorrências e outros que tais. Desvio de coisa aí, por baixo, de 55 milhões.
Bem que papai podia me dar uma mesadinha destas, mas que nada! Mandou mesmo eu estudar e trabalhar, fazer o quê.
No entanto, senhoras e senhores, nem tudo está perdido! Muita gente envolvida foi condenada. Inclusive Silvio Pereira, secretário geral do PT naquela época.
Claro que ele não poderia compartilhar da mesma cela dos pés de chinelo. Por isso, fez um acordo com a Procuradoria e vai prestar serviços à comunidade. Que bom ser solidário! E começa bem: será o responsável por fiscalizar e fazer as auditorias das obras em andamento no Butantã, zelando para que não haja nenhum desvio. Tá certo. Disso ele entende, afinal. E o Butantã não é o bairro onde fica o Instituto que pesquisa veneno de cobras? Mais veneno impossível!

16 de mar. de 2008

Operação Cola

Já teve tanta operação no Brasil, que dá para fazer um dicionário: Moeda Verde (venda de licenças ambientais), Hurricane (venda de sentenças favoráveis à jogatina); Sanguessuga (superfaturamento na compra de ambulâncias); Anaconda (venda de sentenças judiciais); Matusalém (fraudes no INSS); Soro (leite em pó falsificado); Vampiro (fraudes nos derivados de sangue)… E a lista continua por aí. A última é a Operação Cola. Nada ver com os refrigerantes. Tudo a ver com educação. Pois o destaque vai para Mato Grosso, que se tornou o pólo de formandos em Direito, Enfermagem, Fisioterapia, Engenharia Ambiental. Mato Grosso? Não seria São Paulo ou Rio? Não. Mato Grosso, sim senhor. É de lá que Thiago Francisco Vieira Pereira expedia os diplomas, vendidos pela módica quantia de R$ 1.800,00. Sem testes - nem de simples ou múltipla escolha. Nada mal para exercer profissões tão requisitadas neste nosso Brasil brasileiro. O engenheiro ambiental formado pela classe extra rápida do Sr. Thiago (um simples toque de mouse!) conseguiu emprego nos EUA. Outro, conseguiu emprego público. A rede se espalha por quase todos os estados brasileiros. Preso, Thiago constituiu advogado para defendê-lo. Ao que consta, não escolheu um entre seus clientes. Socorro! Peço ajuda aos universitários!

13 de mar. de 2008

Chama o ladrao

Violência policial no Brasil? Ora, balelas. Intriga da oposição. Policial brasileiro, como todos sabem, não bate em mulher nem com flor. Como disse o presidente, ao assinar um programa que institui mais um cartão neste país, um tal de Pronasci, os policiais nesta história toda são inocentes. A culpa mesmo é dos governantes – até parece que ele não é governante. E ainda reforçou: “Miséria é usada como cabide para ter mandato neste país.” Devo entender que foi um mea culpa? Não parecia. Governante são os outros. Ele é o todo poderoso. O cartão que acaba de nascer, até do nome induz a isto, ignora quais escândalos com cartões. Ah, isto é culpa da imprensa. E o presidente aproveitou para subir na favela e inaugurar mais algumas ações do PAC, para acelerar o crescimento. Eleitoreiro? Nãooooooo….

9 de mar. de 2008

Questao de beleza


O poetinha já pedia desculpa às feias, alegando que beleza era fundamental. E para isso é que serve a poupança - mesmo que seja dos outros. Marina Piau Ferreira levou o dito ao pé da letra. Afinal, decidiu ser bela entre as feras. Servidora do Ibama, como o salário era insuficiente para dar aquele trato geral, usual nas dondocas que servem botox no almoço e no jantar, com direito à pedicure e chapinha, ela não vacilou: atacou os cofres públicos para defender sua própria pele. Desmatou as pernas e outros que tais, enterrando R$ 836 mil entre recauchutagem e gastos diversos, conforme o Ministério Público. Ela nega, dizendo que foi bem menos. Como a cotação das lipos ainda não faz parte da Bolsa de Valores, aguardemos. Por enquanto, Marina continua desfilando sua beleza pelas ruas de Goiás – e nós continuamos pagando impostos para extinguir sua celulite. Só a roubalheira não entra em extinção, nem precisa do Ibama para fazer a defesa.

4 de mar. de 2008

Roubos e Roubos

Notícia de roubo sempre dá Ibope. Já teve no Masp. Agora, foi da Petrobras. Muy suspeito. Diz a policia que eram ladrões comuns. Sabe, destes roubos que nem aparecem nos jornais, de tão corriqueiros que são. Arrombaram conteiners, levaram laptops com arquivos confidenciais. Mas insiste a polícia: tudo coisa comum, normal. Afinal, a quem interessa saber quais os locais de prospecção mais promissores? Quem se importa com as ações, na Bolsa, da Petrobras? Tudo inútil. Inexplicável mesmo, é o roubo que fizeram na minha manicure (sim, no Brasil, ainda vou à manicure, desculpem-me os politicamente corretos!). Pois, cansada, caiu no sono no ônibus. Seu cabelo, em rabo-de-cavalo, jogado contra o encosto. Ao chegar no ponto onde desceria, passa a mão pelos ombros: cadê o cabelo? Tinham roubado! Agora está com seu corte prá lá de joãozinho. O que não me conformo é: ninguém sabe? Ninguém viu? O cobrador ainda teve o desplante de dizer: cada um que cuide da sua vida! Aqui, todo mundo mete o bedelho para falar dos namorados das atrizes, mas abrir o bico na hora de um roubo… Sai prá lá! Ninguém quer abrir o bico. Isto é o Brasil.