8 de fev. de 2008

Cartão Corporativo

O Governo distribuiu para seus diletos trabalhadores um cartão corporativo. Cartão corporativo, para quem é bóia fria no mercado capitalista, nada mais é do que um cartão de crédito, aquele dinheirinho de plástico, cujas contas são pagas pela empresa. O empregado gasta, o patrão paga. No caso do governo, o funcionário público gasta, e nós pagamos. Está certo, a causa é boa: afinal, podem acontecer eventualidades, imprevistos, que peguem desprevenidos nossos incautos e dedicados servidores. Por exemplo: roupitchas no free shop, um que outro perfume. Assim, foram-se 170 mil e umas craqueradas, gastos por Matilde Ribeiro, a secretária-ministra da Igualdade Racial (verdade que uns são mais iguais que outros). A segurança do presidente também teve imprevistos: precisou comprar umas esteiras e gastou outro tanto em churrascarias. Não escaparam compras com material de construção e outros que tais. Tudo está –ou estava – na página do Portal da Transparência, que mostra os gastos governamentais. Primeiro resultado desta farra: o Governo mandou tirar do portal a prestação destas contas. Trata-se de uma questão de segurança do presidente e não podemos ficar sabendo da lambança. Está certo. Afinal, imagina-se que a equipe de proteção comprou as esteiras para ficar em forma e seria um risco descobrir que estão barrigudinhos. Mais: precisavam experimentar a carne das churrascarias para verificar se não estava envenenada ou contaminada. Alguma dúvida? A carne era da vaca louca, e todos endoidaram. Só não percebeu o presidente, protegido pelo bunker que deve ter sido erguido com os tais materiais de construção. Quero o meu cartão!

PS: O crédito da ilustração de hoje vai para o blog (vale a pena!) Juju e os Balangandãs - e dele cheguei no perolaspoliticas.com.br